Campanha faz alerta para aumento de casos em crianças e adolescentes e destaca a importância de atenção à saúde de maneira integral
O Dia Mundial do Diabetes é comemorado em 14 de novembro, data de aniversário de Sir Frederick Banting, co-descobridor da insulina, juntamente com Charles Best. Neste dia, campanhas ao redor do mundo buscam a conscientização para uma doença crônica que atinge, atualmente, mais de 420 milhões de pessoas.
O número é alto, e segundo dados da International Diabetes Federation, esta prevalência tende a aumentar ainda mais nos próximos anos, se nada for feito. Isso porque a prevalência global de diabetes quase dobrou desde 1980, passando de 4,7% para 8,5% na população adulta.
Boa parte deste aumento está relacionada à piora dos hábitos de vida da população, com aumento do sedentarismo, alimentação inadequada, sobrepeso e obesidade. Estas questões estão diretamente ligadas ao Diabetes tipo 2, que vem sendo diagnosticado cada vez mais cedo, inclusive entre crianças e adolescentes.
Mas o que é o Diabetes?
O Diabetes mellitus é um grupo de doenças que afeta a forma como o organismo metaboliza a glicose, que é o açúcar no sangue. A glicose é vital para a saúde, fornecendo energia para as células que compõem músculos e tecidos. É, também, a principal fonte de combustível para o cérebro.
De acordo com o Dr. Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina, a causa do diabetes varia de acordo com o tipo e entre os diferentes tipos de Diabetes.
“Os sintomas do Diabetes variam dependendo do quanto esta condição vem elevando as taxas de açúcar no sangue. Por este motivo, em alguns casos, especialmente no pré-diabetes ou diabetes tipo 2, podem não haver sintomas. No diabetes tipo 1, os sintomas tendem a aparecer rapidamente e ser mais graves”.
Quando há sintomas, os principais são sede excessiva, micção frequente, fome extrema, perda de peso inexplicável, fadiga, irritabilidade, visão embaçada, feridas de cicatrização lenta, infecções frequentes nas gengivas, na pele ou genitais. Em caso de suspeita, é importante procurar um médico para avaliação.
Diagnóstico e tratamento
“Quanto mais cedo esta condição for diagnosticada e o tratamento iniciado, antes você terá a sua saúde restabelecida e menores serão os danos ao organismo e as chances de complicações”, explica o Dr. Daniel Lerario.
O diagnóstico do diabetes é realizado por meio de exames de sangue, que medem os índices glicêmicos do organismo.
Confirmado o diagnóstico, muitos casos de diabetes podem ser resolvidos ou controlados com simples mudanças na rotina. Isso porque quanto mais tecido adiposo, mais resistentes as células se tornam à insulina. Da mesma forma, quanto menos ativo você for, maior será o seu risco, explica o especialista.
Assim, o tratamento do diabetes poderá incluir orientações sobre a busca por uma alimentação balanceada, manutenção do peso corporal e hábitos de vida saudáveis. Para muitos casos, o médico também poderá prescrever medicamentos específicos.
A importância do controle
As complicações do diabetes podem levar a doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), danos nos rins (nefropatia), lesões oculares (retinopatia), aumento do risco de demência, como a doença de Alzheimer, depressão e muitas outras.
“Uma das principais orientações ao paciente com diabetes é a realização de atividade física regular. Incluir o exercício físico na rotina ajuda a controlar o peso, utiliza a glicose como energia e torna as células mais sensíveis à insulina”.
Também é importante manter o acompanhamento médico de rotina porque é comum que o controle glicêmico oscile ao longo do tempo, requerendo ajustes no tratamento
Os principais tipos de Diabetes
– Diabetes tipo 1
O Diabetes tipo 1 pode se desenvolver em qualquer idade, embora muitas vezes apareça durante a infância ou adolescência. A causa do diabetes tipo 1 ainda é desconhecida, mas já se sabe que há uma questão ligada ao sistema imunológico, que normalmente combate bactérias ou vírus nocivos, e que passa a atacar e destruir as células produtoras de insulina no pâncreas. Por este motivo, com pouca ou nenhuma insulina, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
– Diabetes tipo 2
O Diabetes tipo 2 é o mais comum e representa cerca de 90% dos casos diagnosticados. Embora possa se desenvolver em qualquer idade, é mais comum após os 40 anos.
No Diabetes tipo 2, as células se tornam resistentes à ação da insulina e o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente para superar essa resistência. Em vez de se mover para as células em busca de energia, o açúcar passa a se acumular na corrente sanguínea.
Acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante no desenvolvimento do Diabetes tipo 2.
– Diabetes Gestacional
O Diabetes Gestacional (DG) ocorre durante a gravidez e pode desaparecer após o nascimento do bebê. Algumas alterações hormonais nesse período podem diminuir a ação da insulina no organismo. Esse desequilíbrio pode causar o DG.
O DG pode ser assintomático, por isso é importante que as gestantes fiquem de olho em sua saúde e realizem o pré-natal adequadamente.
Quando diagnosticado, é fundamental ter um controle médico rigoroso para o adequado desenvolvimento do feto.
Fonte: MK Comunicação