Decisão pela bandeira vermelha 1 representa taxa adicional de R$ 4,169 para cada 100 kWh consumidos. Baixo nível dos reservatórios hídricos e início da estação seca foram determinantes
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou, recentemente, que a conta de luz ficará mais cara em maio. A tarifa sofrerá acréscimo de R$ 4,169 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos, e passa ao patamar vermelho 1.
De acordo com a Aneel, o mês de maio dá início ao período seco e, com isso, os principais reservatórios têm nível de abastecimento reduzido. Esse cenário sinaliza patamar desfavorável de produção das hidrelétricas.
“Essa conjuntura sinaliza patamar desfavorável de produção pelas hidrelétricas e elevada necessidade de acionamento do parque termelétrico, pressionando os custos relacionados ao GSF (risco hidrológico) e o (PLD) preço da energia no mercado de curto de prazo“, afirmou a Aneel em comunicado.
Ainda segundo o órgão, abril foi o mês com pior aporte hidráulico da história do SIN (Sistema Interligado Nacional). O mês é conhecido por marcar o fim do período de transição entre as estações úmida e seca.
Criado pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada. As cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.
Mudanças suspensas
Por conta da pandemia, entre os meses de maio e novembro de 2020, a agência decidiu suspender, temporariamente, o acionamento das bandeiras de alerta para minimizar os gastos de consumidores diante da crise econômica.
Em dezembro do ano passado, foi acionada a bandeira vermelha 2, com custo de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Com isso, a compensação veio no início deste ano. Já em janeiro, a Aneel acionou a bandeira amarela e manteve a decisão até o mês de abril. O que levou uma cobrança de taxa adicional de R$ 1,343 para cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh) nas contas de energia.
Entenda o sistema de bandeiras
Em 2015, a Aneel instituiu o sistema de bandeiras tarifárias como uma forma de compartilhar com os consumidores as condições e custos de geração de energia no País. Quando a produção nas usinas hidrelétricas está favorável, é acionada a bandeira verde e não há custos adicionais, o que deixa a conta mais barata.
No entanto, quando as condições não estão favoráveis, a agência pode acionar as bandeiras, amarela, vermelha em patamares 1 ou 2. Cada uma adiciona uma tarifa na conta de energia na tentativa de sinalizar para o consumidor os cuidados com relação ao consumo.