A pandemia de coronavírus está afetando a rotina de
pessoas em todo o mundo. O distanciamento social e a preocupação com a doença são
grandes fontes de estresse. A situação está até mesmo afetando a qualidade do
sono e atrapalhando os sonhos de muita gente.
Especialistas afirmam que a ansiedade reflete tanto na qualidade do sono,
quanto no tipo de sonhos que temos ao dormir. Além de causar interrupções
frequentes nos períodos de sono, o estresse pode fazer com que as pessoas
tenham sonhos mais vívidos. Roxanne J Prichard, professora de neurociência e
psicologia da Universidade St Thomas, nos Estados Unidos, disse que a causa
desse fenômeno está relacionado com a adaptação evolutiva.
Os sonhos bizarros e as interrupções do sono seriam um modo do nosso organismo
permanecer alerta em situações de perigo. "Você não gostaria de dormir por 10 horas se estivesse em uma zona ou
área de guerra com um grande número de predadores noturnos", disse
ela.
Como nossos cérebros são bombardeados, constantemente, por notícias sobre a
pandemia, nosso nível de estresse se eleva.
A angústia e a ansiedade também fazem com que seja difícil pegar no sono. Além
disso, o estresse pode gerar um aumento na frequência dos pesadelos e nas vezes
que acordamos durante a noite, segundo Prichard. Quando as pessoas acordam
repetidamente na mesma noite, elas costumam se lembrar mais dos sonhos que
estavam tendo, o que pode causar um impacto em seu estado mental no dia
seguinte.
Para evitar um sono ruim, os neurologistas Milagros Merino, do comitê
científico da Sociedade Espanhola do Sono e Diego Redolar, da Universitat
Oberta de Catalunya, recomendam manter horários regulares e evitar jantares
pesados. Além disso, eles sugerem que no período da tarde não sejam consumidos
estimulantes como cafeína, tabaco e chocolate. Eles também salientam a
importância de fazer exercícios (mas não no final do dia) e de nos mantermos
longe de dispositivos eletrônicos antes de ir para a cama.
Fontes: IFLScience e El País