Um importante estudo sobre um fóssil encontrado na região de Taiaçu, cidade localizada na região de Ribeirão Preto, no interior paulista, e que faz parte do acervo do Museu de Paleontologia “Professor Antonio Celso de Arruda Campos”, em Monte Alto, foi publicado na revista científica iScience, no final de novembro de 2020, pelo paleontólogo monte-altense Thiago Schineider Fachini e pela professora e doutora Annie S. Hsiou (USP), com a participação de outros dois colegas brasileiros, Silvio Onary e Mário Bronzati, e dois pesquisadores australianos.
O paleontólogo monte-altense Thiago Fachini, um apaixonado por Paleontologia, é estudante de doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação de Biologia Comparada da Universidade de São Paulo (USP), campus Ribeirão Preto. Desde muito jovem contribui, imensuravelmente, com o trabalho desenvolvido no Museu de Paleontologia de Monte Alto.
Sempre em busca de novos fósseis, em 2008, descobriu um importantíssimo fóssil: uma vértebra bem distinta, grande, de uma espécie de “cobra-cega”.
O fóssil descrito tem mais de 85 milhões de anos e, é muito importante para entender a evolução da vida, já que representa a maior espécie de “cobra-cega” já encontrada, com cerca de um metro de comprimento. O nome dado à espécie foi Boipeba tayasuensis, já que boipeba, significa “cobra-achatada” em tupi-guarani, e “tayasuensis”, faz referência ao município de Taiaçu, “cobra-achatada de Taiaçu”.
É importante ressaltar que o animal descrito é uma serpente Scolecophidia, diferente das “cobras-cegas”, normalmente, conhecidas pelas pessoas, que são um tipo de anfíbio (as cecílias), mas também levam esse nome pelos olhos reduzidos.
Atualmente, as “cobras-cegas” não ultrapassam 30 cm de comprimento, demonstrando a adaptação da espécie a fatores ambientais e ecológicos.
A descoberta desse fóssil também ajuda a entender melhor como era o ecossistema da região de Monte Alto na época dos dinossauros, e amplia o conhecimento dos animais que viviam por aqui há milhões de anos.